Suplemento Teológico

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


Os Sentidos do termo “Língua” na Bíblia Sagrada


Evidentemente para quem estuda sobre as línguas estranhas deve estar atento para os sentidos bíblicos que a terminologia apresenta em toda a Sagrada Escritura. Nesta segunda parte cataloguei pelo menos quatro significados da palavra língua.

1-     Sentido literal
A língua é literalmente o órgão sensorial do corpo humano (Ex 11.7; Tg 3.6) atrelado à boca (Jó 29.10) e de importante utilidade na comunicação verbal (Sl 39.1; 71.24; 81.5; Pv 10.31; 18.21; Is 35.5, 6; 45.23; Mc 7.35; 16.17; Tg 1.26). A língua pode ser usada para a morte bem ou para a vida (Pv 18.21). É importante fazermos aqui duas distinções: Primeira distinção – o uso da língua para a morte consiste em um açoite para quem ela se dirigir (Jó 5.21); contenciosa (Sl 31.20); inclinada para a maldade (Sl 34.13; 52.2); lisonjeira (Sl 5.9); afiada como a espada (Sl 64.3); perversa e desarraigada (Pv 10.31); levanta-se em juízo contra o justo (Is 54.16); promove mentiras (Jr 9.5); é flecha mortal (Jr 9.8); se gaba das coisas insignificantes e põe fogo em grandes florestas (Tg 3.5)! Segunda distinçãouso da língua para vida consiste em se abrigar do seu acoite (Jó 5.21); guarda-la do mal (Sl 34.13); falar da justiça de Divina (Sl 35.28); possuir autodisciplina (Sl 39.1); ser pluma de um habilidoso escritor e fazer o coração ferver com boas palavras (Sl 45.1); ser prata refinada (Pv 10.20); ser saúde (Pv 12.18); ter poder para quebrantamento (Pv 25.15); confessar diante de Deus (Is 45.23).

1-     Sentido pecuniário

No livro de Josué cap. 7.21, 24 o termo “regra de ouro” se aplica ao mesmo sentido de “língua de ouro”. A língua de outro era utilizada pelos antigos mesopotânios (especialmente os babilônios) como alternativa de moeda corrente nas trocas e intercâmbios de produtos alimentícios, de serviços como compra de escravo ou servos, bens de uso e consumo como carruagens, animais, até bens imóveis. A língua de ouro consistia em uma barra do metal adaptável a uma peça inteira formando um conjunto de línguas de ouro. Cada peça recebia o nome de “língua de ouro”, “cunha de ouro”, “regra de ouro” ou ainda “barra de ouro”, conforme as variações das traduções das versões bíblicas em seus registros. Uma amostra destas antigas peças foi encontrada junto às ruínas de Geter.

2-     Sentido genérico-figurativo

Consiste em assinalar seu emprego figurado exclusivamente a linguagens idiomáticas praticadas verbal ou escritamente pelos povos (Gn 10.5). A origem da diversidade de idiomas surgiu em cena na cidade de Babel, conhecida posteriormente como Babilônia (Gn 11. 11-9) fruto de um juízo divino de Deus contra Ninrode e seus colaboradores na edificação de uma cidade que governaria o mundo, impedindo a disseminação dos povos e centralizando o poder (Gn 11. 1-9). Este pensamento centralizador de Ninrode levou Deus a sentenciar toda a construção da cidade com a chamada “dispersão das línguas” ou a “confusão das línguas” (termo heb. Balal que significa: confusão). Quanto ao juízo de Deus existem duas linhas possíveis: primeira: O juízo de Deus se deu, primeiramente com a raça semítica nos dias de Pelegue filho de Héber cuja terra fora repartida (cf. Gn 10.25) por esse motivo acredita-se segundo esta informação que o efeito do juízo de Deus atingiu primeiramente a descendência de Sem, dos Semitas e conseguintemente as demais linhagens visto que em Babel as três linhagens dos filhos de Noé viviam conjuntamente entre si (Gn 11. 1-6). Segunda: A descendência de Cam foi sentenciada primeira porque Ninrode era pertencente à linhagem dos Camitas que mais tarde passaram a se chamar “cananitas” ou “cananeus” de Canaã, nome de Cam que fora substituído seu pai porquanto este procedeu indecentemente contra paternidade de Noé cf. Gn 9. 20-29; visto que a audácia de Ninrode levou Deus a promover o juízo tal procedimento se irrompeu  primeiramente contra ele e toda a sua linhagem e clã, depois, estendeu-se as demais linhagens(cp. Gn 10.10 com Gn 11.1-9) e Ninrode construiu um vasto império (Gn 10. 8-12). Esta segunda linha parece ser mais coerente.

Seja qual das duas teorias estiver correta vale lembrar que Ninrode fundou a cidade de Babilônia (antiga Babel), Araque, Acade, Calné, na Mesopotâmia (Antiga Sinear, ou Sinar Gn 10. 8-11; Mq 5. 6). Segundo alguns estudiosos acreditam, parece haver similaridades entre a figura de Izdubar (Gilgames) e a de Ninrode como que sendo a mesma pessoa. Sua importância na história babilônica remonta as conquistas da liberdade desta cidade por ele efetuadas do poder do elamitas, cuja proveniência se confirma pela descendência de Sem (Gn 10.22) com vistas ao pronunciamento de Noé ao seu filho mais moço Cam, como cumprimento da profecia por sua incontinência (Gn 9. 25, 26). Ninrode ainda fundou mais cidades: Nínive (cuja cidade se tornou mais tarde capital do império assírio), Rebote-ir, Calá (Gn 10. 11) e Resém a grande cidade, que se situava entre Calá e Nínive (Gn 10.12) totalizando assim sete cidades importantes no mundo antigo. Nos precedentes bíblicos Ninrode é reconhecido como um poderoso caçador diante do SENHOR (Gn 10.9); a epopéia de Gilgames (Gilgamesh) o retrata como caçador de homens e feras, fator que inspiraram os escribas antigos a contarem suas bravuras de guerra e combate sob forma poética. Embelezou sua cidade pela sua gravura ora verdadeira ora hipotética que passou a ser venerado como deus, objeto de futuras súplicas por gerações posteriores. Uma linha mais fundamentalista acredita que não há sequer motivos para que Gilgamesh e Ninrode sejam a mesma pessoa que estes nomes possuam alguma relação entre si; mesmo que se leve em conta toda sua historicidade não há substâncias legais que comprovem decisivamente esta suposição.

Seja como for, a historicidade dos proeminentes relatos bíblicos que abarcam a figura de Ninrode permeiam a origem dos idiomas hoje conhecidos pelo mundo nos mostram que durante o processo da formação da sociedade humana por longos períodos os povos falaram uma só língua. Isso explica porque no passado a densidade demográfica e o crescimento populacional se mantiveram apenas a pequenas taxas de progressões aritméticas, se muito fosse. Era preciso diversificar o idioma para que cada clã fosse autônomo e formasse sua linhagem e seus respectivos povoados originando mais tarde cidades, capitais, paises, impérios.  Se mantiver correta a primeira hipótese do juízo de Deus, podemos afirmar que a dispersão das línguas iniciou-se primordialmente sobre a família de Héber (Gn 10.25) e depois se estendeu sobre as outras linhagens noélicas formando assim várias falas.

O grupo semítico falava vários dialetos (Gn 10. 21-23) o que sendo assim, podiam se estender do assírio e aramaico (Gn10. 22) ao árabe (Gn 10. 26-29) até o hebraico arcaico, isto é, hebreu primitivo (Gn 10. 25; 11.16). Já a linguagem do elamitas era de sobremodo aglutinada agregando vários radicais e prefixos dos demais dialetos existentes e se assemelhava muito à linguagem dos fineses (Gn 10.22).

O grupo cananita ou cananeu falava o semítico também. Isso se explica pelo fato de que os grupos semíticos como os elamitas dominaram por algum tempo os cananitas (antigos canitas) cujas famílias de Sem e de Jafé se impuseram sobre estes antigos povos (Gn 9. 20-27). O idioma dos canitas semelhantemente ao dos grupos semitas era muito heterogêneo e aglutinado. Não só agregavam radicais semíticos como também em sua composição raízes jafitas.

Por fim, o grupo dos jafitas ou jafetitas originou os povos nórdicos e indo-europeus que se instalaram inicialmente ao norte europeu formando os vinkens, bárbaros, gregos, entre outros povos. Deste grupo se originaram a Média e a Iônia (Gn 10. 2-5).

Atos 2 - O Falar Em Línguas Estranhas


O glossolália, isto é, o falar “em" ou “noutras” línguas (gr. Glossais lalo) é um sinal da parte de Deus que evidencia o Batismo no "Espírito Santo”. Essa evidencia ocorreu em Jerusalém com o falar em línguas estrangeiras, na ocasião relatada em Atos dos Apóstolos, cujo propósito Divino era atingir a todas as pessoas reunidas naquele local por meio de uma linguagem única a todos. Nos registros, segundo Atos dos Apóstolos, naquele lugar havia pessoas de diversas nacionalidades na celebração da festa dos Pentecostes (At 2.5, 9, 10, 11). Essas pessoas necessitavam compreender a pregação de Pedro (At 2.15-36). Deus possibilitou a compressão da mensagem do Evangelho pregada pelo Apóstolo de maneira miraculosa derramando do Espírito Santo sobre todos os presentes (At 2.2-4, 33). O Ensino e o uso do glossolalia nos tempos hodiernos mantêm suas bases sólidas por meio da sustentação bíblica e é perfeitamente corrente, visto que esta promessa é para todos quantos o SENHOR, Nosso Deus, chamar (A 2.39). Passagens como Atos 2. 4 (que neste caso, trata-se de língua estrangeira), 10. 45-47; 19.6; indicam que um crente, genuinamente batizado no Espírito Santo possui um sinal físico, visível. Então haveremos de perguntar? As línguas estranhas são a mesma coisa que o batismo no Espírito Santo? Ao estudante desatento das Escrituras Sagradas a distinção entre os dois elementos parece não existir. É preciso ter muito cuidado neste campo. O Batismo no Espírito Santo é a capacitação do Espírito, o dom celeste delegado por Cristo para a vida e o exercício cristão em nós. Já as línguas estranhas são os sinais desta capacitação, é também o dom ministerial para o exercício público (coletivo) ou pessoal da nossa edificação espiritual, cuja experiência promove um elo, um vínculo mais íntimo com Deus e seu Espírito em Cristo (1Co 12.10). As línguas são distribuídas por Deus como “penhor” do verdadeiro Batismo no Espírito Santo e para a funcionalidade ministerial da Santa Igreja de Deus e de sua obra. Destacamos oito pontos fundamentais do glossolália na nossa vida cristã:

A Manifestação do Glossolália

Primeiro ponto – observamos duas análises a serem consideradas da manifestação do glossolália: Primeira – é a expressão verbal que se irrompe sobre o crente ou determinado grupo de crentes com o objetivo de buscar revestimento espiritual, quando o propósito de Deus é atingir pessoas de diversas nacionalidades por meio do orador que as pronuncia. A realidade desta operação pelo Espírito Santo diante das Escrituras não deixa dúvidas de que esta linguagem não é aprendida pelo homem. Essa manifestação ocorre como sinal da união do espírito do crente que nele está com o Espírito de Deus (At 2.4; 1Co 14. 14, 15), portanto, se trata de uma língua (gr. glossa) não aprendida. Segunda – é a linguagem pela qual o ser humano emite em nível do Divino, isto é, consistem na expressão espiritual verbal cujo dialeto não é terreno e desconhecido para nós. Não possui nenhuma pronúncia “extática” como algumas traduções afirmam isso porque as Sagradas Escrituras NUNCA se refere à “expressão vocal extática”, quando esta se refere em falar em línguas pelo Espírito de Deus. Podemos dizer então que o falar em ou noutras línguas é a manifestação do Espírito Santo.

Segundo ponto - podemos observar que o glossolália é o sinal inicial do Batismo do Espírito Santo e está evidenciado nos caps. 2.4; e 10.45, 46 nos registros dos Atos dos Apóstolos. Estes textos mostram claramente que após o Batismo no Espírito Santo todos os batizados falaram noutras línguas. Infelizmente a busca, o uso e o propósito do glossolália foram suprimidos e rejeitados durante o percurso da história da Igreja Cristã; mestres e líderes episcopais ignoraram o seu uso legítimo sob alegação de que a renovação carismática e o fundamentalismo pentecostal é a imagem do que ocorreu no passado: um equívoco; o que não é verdade.

Terceiro ponto - Na terceira apreciação, pode ser observada na linha bíblica de que o glossolália se presta também como dom do Espírito Santo Concedido por Ele ao crente fiel (1Co 14. 4-10) para:

a) A edificação espiritual e pessoal do crente em Cristo (1Co 14.4);
b) O propósito de edificação espiritual e coletiva à Santa Igreja de Jesus Cristo (1Co 14.5, 6.13-17);
c) Manter a relação espiritual com Deus de forma mais íntima no louvor a Deus com cânticos e orações espirituais (1Co 14.15);
d) Dar graças, isto é, ações de graças a Deus (1Co 14.16,17);
e) Falar no nível do Espírito, por isso, esta manifestação não deve ser compreendida como fala extática, pois, os interlocutores e receptores não compreendem o que falam. Por não saberem o que falam e nem a compreenderem devem buscar de Deus o dom de interpretação de línguas para que possam compreender a mensagem e decifrá-la à Igreja (1Co 14.13);
f) Essa manifestação do glossolália é precedida pelo propósito mútuo e pela oração comum da Igreja (suplicante) a Deus (Suplicado) com o designo de buscar de Deus os melhores dons para o crescimento e a propagação do Evangelho (1Co 12.31; 14.2, 14, 15, 28) geralmente em forma de clamor;
Quarto ponto – é perfeitamente autêntico o uso do glossolália em voz audível, para isso deve-se sempre levar em consideração os regimentos de conduta e administração do glossolália para que no meio da igreja não se promovam desordens nos cultos públicos. Não somente atrelado a um único dom, mas em todas as diretrizes nos procedimentos dos dons espirituais, especialmente o glossolália. São eles: a) Propósito; b) ordem; c) disciplina; d) observância; e) vigilância; f) prazer e motivação.

a) Propósito - As doxologias, as doutrinas, as revelações, As línguas Estranhas Espirituais, as interpretações e outros dons devem ser para a edificação Espiritual pessoal e coletiva (1Co 14.26, 31, 40)
b) Ordem - Na dosagem do glossolália, sua administração deve ser feita de maneira que dois ou no máximo três interlocutores falem em línguas ordenadamente, um por vez (1Co 14.27, 30)
c) Disciplina - Cada manifestação deve ser acompanhada obrigatoriamente de interpretação para sua respectiva edificação espiritual eclesiástica (1Co 14.26;)
d) Observância - A Igreja do SENHOR Jesus Cristo tem autoridade para julgar dentro das Escrituras Sagradas seu conteúdo e autenticidade (1Co 14.29, 32)
e) Vigilância - Se o interlocutor não puder interpretar, ou na congregação não haja pessoa habitada pelo Espírito Santo a fazê-lo, o interlocutor deve orar noutras línguas em silêncio na sua oração pessoal dirigida a Deus (1Co 14.28);
f) Prazer e motivação – A pessoa tem que ter prazer em buscar os mistérios de Deus. Quem que estar motivada. Nos casos prescritos no item “e” o que fala língua estranha espiritual deve orar para que possa interpretá-la (1Co 14.13)

Quinto ponto – em reposta ao argumento naturalista daqueles que negam a evidência do Sinal do glossolália, tanto no Batismo no Espírito Santo quanto na administração deste dom, é legítimo afirmarmos que o Apóstolo Paulo NUNCA negou em hipótese alguma o glossolália. Paulo orientou o seu bom emprego nos cultos públicos e nas devoções pessoais a Deus (1Co 14.13-17, 19), afirmou categoricamente que ele também orava em línguas estranhas mais do que todos os outros (1Co 14.18), declarou enfático que desejava ver todos falando em línguas estranhas, mas que também se profetizasse (Nesta ocasião, em Corinto, a Igreja local dava muito mais ênfase para as línguas estranhas do que a própria Palavra de Deus). Paulo declara seu apreço pelas línguas estranhas e orienta os crentes de Corinto a profetizarem também, porque, o que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas (1Co 14.5a); a não ser o que ora em línguas também ore para interpretá-las para a edificação espiritual da Igreja (1Co 14.5b), o que sendo assim, eleva o profeta e o orador em línguas ao mesmo nível, os iguala, porque só há diferença de hierarquia em relação aos dons se não houver interpretação das línguas estranhas, se houver tal interpretação, tanto quem ora em línguas como quem profetiza tem o mesmo valor (1Co 14.5), portanto, a mesma importância. Destacam-se duas vertentes importantes aqui:

Primeira – as línguas estranhas consistem em sinal negativo para os incrédulos; seu efeito é negativo porque indica para os descrentes no Evangelho que estes estão distantes de Deus, e por isso se encontram separados dEle, A conseqüência desta relação é a frustração e a incompreensão frente o que está acontecendo na Igreja ou em alguma congregação (1Co 14. 21, 23).

Segunda – para os crentes salvos em Cristo o efeito sempre será positivo, pois para o cristão, este é um dos sinais visíveis de que Deus está operando maravilhas, sinais e prodígios e derramando do seu Espírito sobre a congregação reunida (1Co 14. 22-24); toda a assembléia dos membros em Cristo sente o mover sobrenatural e a presença real do Sheknah (Glória) de Deus (cf. At 10.44-46; 11.15-17).

Obs.: vale lembrar que na primeira vertente do quinto ponto, a frustração em relação o que está ocorrendo pode ser da parte dos incrédulos, como, por outro lado, de crentes que nunca tiveram uma experiência real com Deus e que poderão se escandalizar por ser fracos na fé e por faltar consistência, bagagem espiritual que os leve de fato a experimentar do Poder de Deus.

Sexto ponto – Alguns fundamentalistas tradicionais afirmam que a aplicação do glossolália é oprdenança transitória, que se passou que ela encerrou na era apostólica, que a manifestação que ocorreu em Atos 2 foi única e exclusiva, e que todos os relatos de Atos dos Apóstolos sobre as línguas se limitaram àquele período e somente a ele. O texto básico para os que sustentam esta tese está em 1Co 13.8; é lamentável a colocação infeliz de alguns que negam o ensinamento claro das Sagradas Escrituras e que se usam destes pretextos para desmentir a verdade. Paulo está se referindo aqui á vida eterna, isto é, ao estado de gloria que teremos após ressuscitarmos ou sermos arrebatados. De acordo com 1Co 1.7; 14.12; Paulo aguardava a manifestação da volta gloriosa de Cristo para que então ele compreendesse as coisas espirituais de Deus na sua plenitude, isto é, ele também aguardava o segundo advento de Cristo Ressurreto. Paulo diz claramente que “quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado” (1Co 13.10); o que significa que o dom de línguas permanecerá até o que é perfeito se manifestar na sua Vinda.

Sétimo ponto – A importância do glossolália na vida cristã é fundamental porque o pronunciante ora em mistérios com Deus pelo Espírito Santo. Visto que ninguém pode entender essas línguas (1Co 14.2), essa relação espiritual traz edificação pessoal porque coloca a pessoa numa relação direta com Deus (Ef 3.16; Jd 20). Isso indica que o propósito central dos dons, em suma, é edificar o corpo de Cristo e o indivíduo (cf. 1Co 14. 3, 12, 17, 26). O termo edificar (gr. oikodomeo) significa literalmente “fortalecer”, “estabelecer vida espiritual”, “promover maturidade e caráter santificador” no fiel. Tal procedimento realiza uma obra executada pelo Espírito Santo através das ferramentas distribuídas na igreja (dons espirituais) e provocam uma transformação na vida cristã fazendo com que o servo de Deus não mais se contente com o mundo e suas concupiscências (Rm 12.2-8). O novo valor agregado ao crente é uma fé sincera, não fingida, uma boa consciência, santificada baseada no amor a Deus nos corações (1Co 13; Rm 8.13; 14.1- 4, 26; Gl 5.16-26; Ef 2.19-22; 4.11-16; Cl 3.16; 1Ts 5.11; 1Tm 1.5; Jd 20). O poder de Deus ultrapassa a razão, a capacidade mental, mas não significa que a oração fica totalmente infrutífera. Paulo ensina orar em Espírito e orar também com entendimento (1Co 14.14,15).

Oitavo ponto – Orar com o Espírito e orar com o entendimento significa dizer que existe uma disciplina bilateral na devoção quanto ao glossolália na sua aplicação: primeira – o Espírito Santo é quem controla a nossa vida, nos rege nos orienta e intercede por nós com gemidos inexprimíveis nos ensinando como orar corretamente (Rm 8.26). Segunda – o nosso espírito ora à medida que o Espírito Santo capacita-nos a orar restando de alguma forma, a atividade do processo mental, mas em mínima escala em detrimento a ação do Espírito não fica infrutífera em absoluto (1Co 12.7, 11; At 2.4).


2 - CUIDADOS COM O USO DO GLOSSOLÀLIA
E O USO DAS LÍNGUAS FALSAS

O apóstolo João ensina que devemos examinar se os espíritos provêem de Deus (1Jo 4.1), por isso, nós devemos sempre ter em mente que o dom de línguas não é objeto de manipulação humana. O simples fato de alguém falar noutras línguas (glossolália) não significa dizer que tal ação é evidência irrefutável de que o Espírito Santo está operando na Igreja. Para tal segue algumas diretrizes bíblicas básicas:

Primeira – se a língua realmente é de Deus, e se consiste verdadeiramente no dom do Espírito Santo como confirmação do Batismo por Ele efetuado, JAMAIS esse dom será manipulado. Não se “aprende” falar em línguas, simplesmente “se fala” em línguas. Considerando o texto de Atos dos Apóstolos: “E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” At 2.3, 4. Este texto é claro quanto à forma espontânea com que aconteceu o batismo no Espírito Santo: 1° estavam todos reunidos num mesmo lugar com o mesmo propósito (At 2.1); ouviram um som vindo do céu como de um vento forte (At 2.2); no meio da ventania foram vistas por eles línguas de fogo repartidas sobre cada um deles (At 2.3); todos foram cheios do Espírito Santo (At 2.4a); começaram a falar em outras línguas (At 2.4b); o Espírito Santo é que distribuía as línguas conforme lhe aprazia (At 2.4c). Portanto, a língua estranha é um dom ministerial concedido por Deus pela ação espontânea do mover do Espírito Santo, inclusive, por meio do batismo no mEsmo. Uma língua só é genuinamente uma língua celestial se sua ação ocorrer SOMENTE por impulso do Espírito Santo, caso contrário, é maligno.

Segunda – devido o ofício desonesto por alguns acerca do dom de línguas no meio protestante, o apóstolo Paulo nos adverte de que nos últimos tempos surgiriam apostasias dentro das Igrejas (1Tm 4.1, 2), e o próprio satanás faria sinais e prodígios mentirosos com o propósito de enganar até mesmo os Escolhidos de Deus (2Ts 2.9 cp. Mt 7.22, 23), através de obreiros fraudulentos, corruptos, manipuladores, descompromissados com Deus e com a verdade, neo-liberalistas, frouxos, que fariam vista grossa ao pecado, e fingiriam serem ovelhas ou verdadeiros servos de Deus, quando na verdade, não o são (2Pe 2.1, 2).

Terceira – toda a pessoa que é de fato crente em Cristo não anda pecando voluntariamente, do contrário, suas ações revelarão que ele não viu e muito menos conheceu a Deus (1 Jo 3.6); se este não conhece a Deus por andar sempre no erro, também não conhece a sua linguagem espiritual, pois anda na carne, e sabendo que as coisas espirituais são comparadas com coisas espirituais (1Co 2.13) tal indivíduo não adquiriu esta sensibilidade ainda. Um crente que realmente é batizado com o Espírito Santo, como prova do Batismo possui em sua vida o “sinal” da língua estranha como “dom” vindo do mesmo Espírito, não anda pecando premeditadamente ou de maneira compulsiva, para isso, Cristo desfez as obras do diabo na vida dele; ele é liberto do pecado, não mais escravo dele (1Jo 3.8).

Quarta – ser Filho de Deus é ser justificado na vida cristã e em todos os sentidos. É amar seu irmão; esse comportamento e caráter definirão por si mesmo, segundo as Escrituras, se o tal é de Deus ou não (1Jo 3.10). Essa definição fará com que o verdadeiro servo de Deus se manifeste com sinceridade a Deus, à sua Palavra, e à Igreja, contrariamente ao erro, ao pecado, à hipocrisia, à meninice e às heresias (1Co 11.19), simplesmente ele faz a diferença (Ml 3.18). Sendo um verdadeiro servo de Deus logo sua vida é dedicada a Deus e pela fé é justificado porque suas obras são práticas de fé e justiça (1Jo 3.7). Como o crente sincero é nascido de Deus, ele não tem prazer em pecar porque a semente de Deus permanece nele, e isso, ou seja, o Espírito Santo que habita no crente (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Ef 2.21) não permite que este peque, porque é nascido de Deus (1Jo 3.9). Por fim, se tal indivíduo diz ter dom de língua estranha, ou de profecia, ou qualquer outro dom espiritual e não vive uma vida consagrada com Deus, este tal precisa de uma nova conversão, de regeneração no corpo alma e espírito. Lamentavelmente ele ainda não sentiu a presença real de Deus em sua vida. Deve rever suas posições e convicções teológicas o quanto antes.


Povo Santo 
 
1 PEDRO 2. 1-12
 
1) Portanto, livrem-se de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de maledicência. 2) Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação, 3) agora que provaram que o Senhor é bom. 4) À medida que se aproximam dele, a pedra viva - rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele - 5) vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. 6) Pois assim é dito na Escritura: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado”. 7) Portanto, para vocês, os que crêem, esta pedra é preciosa; mas para os que não crêem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”, 8) e, “pedra de tropeço e rocha que faz cair”.Os que não crêem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados. 9) Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 10) Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam. 11) Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. 12) Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles os acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção.

Raça Eleita e Sacerdócio Santo

Fomos escolhidos por Deus para fazer parte da Geração Eleita, Nação Santa, do Povo que é propriedade exclusiva de Deus, de um Sacerdócio Real. Somos escolhidos por Deus para fazer parte de um Povo diferente, de uma Raça especial, que só tem um Senhor e é propriedade exclusiva d'Ele. Somos o povo escolhido pelo Senhor para anunciar as Suas grandezas.1) Geração EleitaSomos uma Geração Eleita - Isto quer dizer que fomos escolhidos por ELE, por meio DELE e para ELE (Rm 11.36). Jesus nos fez Reis e Sacerdotes para Ele e Deus (Ap 1.6). Todo aquele que aceita a Jesus, arrepende de seus pecados e passa a fazer parte de Sua Igreja, conseqüentemente está Salvo (Ef 2:8; Rm 9.9-10). 2) Sacerdócio Real e SantoSomos um reino de Sacerdotes. Deus nos constituiu como reino (Seus súditos). Somos intercessores de Deus.(Êx 28 e 29; Lv 21; 1 Crônicas 24 e Apocalipse 1:6). Tornamos Sacerdotes Reais e Santos porque: “Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo. Chegaram aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, à igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens, aos espíritos dos justos aperfeiçoados, a Jesus, mediador de uma nova aliança, e ao sangue aspergido, que fala melhor do que o sangue de Abel” (Hebreus 12:22-24).Não somos Sacerdotes desta terra para pessoas mas para Deus em Cristo Jesus que nos preparou: "O Deus da paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe de volta dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dele, e opere em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém" (Hebreus 13:20-21). Como Sacerdotes de Deus, precisamos oferecer os pertinentes sacrifícios:a) O Sacrifício do Corpo: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” (Romanos 12:1). Não é um sacrifício morto, mas "vivo, santo e agradável", oferecido somente a Deus.b) O Sacrifícios de Louvor e de Bens Materiais: "Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome. Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada" (Hebreus 13:15-16).3) Nação santaÊxodo 19:5-6: “Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de Sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas”. Somos um Povo Santo constituído de todas as tribos reunidos para adorar o nosso grande Deus.Ser santo é ser separado por Deus para viver para Ele e crescer nessa separação, até que estejamos inteiramente separados no corpo, na alma e no espírito, não simplesmente ser extraordinário, ou perfeito: "Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que os chama é fiel, e fará isso" (1 Tessalonicenses 5:23-24).Rejeitar isso não é rejeitar ao homem, mas a Deus que nos deu o Espírito Santo: " A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo" (1 Tessalonicenses 4:3-8).4) Povo Exclusivo de DeusPara anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Somos a luz do mundo (Mateus 5:14; João 8:12 e 9:5). Quem é o Povo de Deus? São aqueles que adquiriram o conhecimento das riquezas de Sua Glória, os chamados, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios, das trevas para a Sua maravilhosa luz (Romanos 9:11-24). O povo de Deus é uma Geração Eleita: "Sabemos, irmãos, amados de Deus, que ele os escolheu porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção. Vocês sabem como procedemos entre vocês, em seu favor. De fato, vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, pois, apesar de muito sofrimento, receberam a palavra com alegria que vem do Espírito Santo" (1 Ts 1:4-6).Fomos adquiridos por Deus que nos fez Reis e Sacerdotes, Nação Santa; então não podemos viver para nós. Como podemos fazer o que desejamos? Não somos mais donos de nós mesmos. Deus escolheu o Seu Povo para anunciar as Suas grandezas, promover a fé, e congregar os Seus eleitos de toda a terra (Dt 7:6-8; Tt 1:1-3 e At 13:48). Nós não éramos de Deus, porque quem comete o pecado é do Diabo (1 João 3:8). Estávamos sob o domínio da morte, mas Jesus veio nos tirar desse império: "Dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz. Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados" (Cl 1.12-14).Fomos comprados para Deus e agora somos dEle; um povo adquirido por um grande preço, pelo sangue de Jesus: "Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês" (1 Pd 1:18-20). Somos um povo adquirido por Deus para publicar o seu louvor: "Os animais do campo me honrarão, os chacais e as corujas, porque fornecerei água no deserto e riachos no ermo, para dar de beber a meu povo, meu escolhido, ao povo que formei para mim mesmo a fim de que proclamasse o meu louvor" (Is 43:20-21).Somos um povo santo, Sacerdote real, adquirido por Deus para nos tornarmos anunciadores de Suas boas novas: "Levante-se, refulja! Porque chegou a sua luz, e a glória do SENHOR raia sobre você. Olhe! A escuridão cobre a terra, densas trevas envolvem os povos, mas sobre você raia o SENHOR, e sobre você se vê a sua glória" (Is 60:1-2). Antes éramos pecadores e inimigos de Deus, mas agora somos Seu Povo especial: "Antes vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação" (Cl 1:21).Somos Povo adquirido. Fomos comprados por um bom preço: “Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens” (1 Co 7:23). Deus escolheu a Igreja para manifestar o Seu amor e a Sua misericórdia. Você faz parte deste povo especial? Se não, gostaria de tornar hoje mesmo integrante deste povo? Basta aceitar a Jesus como único Salvador e perdoador de todos os pecados. Você quer crê nEle? Entregar sua vida a Ele e se comprometer com Ele em Sua Igreja.  Pr. Rev. Josias Reis 





Se você gostou das nossas postagens envie para nós o seu comentário. Sua Participação nos enriquece e muito nos alegra. Se quiser conhecer melhor o nosso trabalho; estamos situados na Estrada de Itapecerica da Serra 2930 – Entre o Shopping Campo Limpo e o Terminal de ônibus Capelinha. Venha participar conosco e escolha um dos nossos horários de culto que se encaixe melhor em seu seu horário. Lembre-se de que você será muito bem vindo. Confira no fim da página a nossa programação. Que Deus te abençoe com todas as sortes de Bênção Espirituais. Amém.

Nenhum comentário: