quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Os Sentidos do termo “Língua” na Bíblia Sagrada


É evidente que para nós, estudiosos das Sagradas  Escrituras, devemos sempre e cuidadosamente averiguar os diversos sentidos bíblicos que as terminologias "lingua" ou  "línguas"  apresentam em toda as Sagradas Escrituras. A observância do  termo, sobretudo, deve estar inteira e fortemente calçada no grego koinê neotestamentário, idioma pela qual a LXX e o Novo Testamento foram escritos originalmente (com excessão de algumas passagens isoladas em alguns dos Evangelhos que aparecem em aramaico). Nesta segunda parte cataloguei pelo menos quatro significados da palavra "língua". Espero em Deus, nosso Pai, através de seu Filho Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo que esta sinópse possa auxiliar ao leitor, ao estundante de teologia, emfim, a todo o santificado povo de Deus no que couber nos materiais teológicos e acadêmicos. Não somente no colegiado teológico, mas, principalmente, a todo o povo Santo de Cristo como auxílio no entendimento das Santas Escrituras. Desejo decoração que você, leitor, possa ser o maior beneficiado por este resumo que é uma continuação do artigo "Atos 2 - O Falar em Línguas Estranhas". Aqui abordo sobre a teminologia de forma genérica, diferentemente do artigo anterior onde as posições teológicas são mais reflexivas e doutrinárias. Espero que você leitor, faça bom proveito desta matéria.

1-     Sentido literal

A língua é literalmente o órgão sensorial do corpo humano (Ex 11.7; Tg 3.6)  e está atrelado à boca (Jó 29.10). Possui uma importante e fundamental utilidade na comunicação verbal (Sl 39.1; 71.24; 81.5; Pv 10.31; 18.21; Is 35.5, 6; 45.23; Mc 7.35; 16.17; Tg 1.26). A língua, se piedosa, pode ser usada para a saída da vida, ou se impiedosa, pode dirigir-nos rumo à morte (Pv 18.21).  Este princípio elementar descrito em Provérbios remete-nos a fazermos aqui duas distinções: Primeira distinção – o uso da língua para a morte consiste em um açoite para quem ela se dirigir (Jó 5.21); lisonjeira e sem sinceridade (Sl 5.9); contenciosa e cheia de tramas (Sl 31.20); inclinada para a maldade  e de fala dolosa (Sl 34.13) uma arma de planos destrutivos (Sl 52.2);  afiada como a espada e ofensiva como flechas agudas e amargosas (Sl 64.3);  por ser pervertida é desarraigada (Pv 10.31); conspiradora, rixosa e improcedente de Deus (Is 54.15); levanta-se em juízo contra o justo (Is 54.16); promove  ao próximo difames, mentiras e  zombarias (Jr 9.5); é flecha mortal, fala enganosamente e é traiçoeira (Jr 9.8); se gaba das coisas insignificantes e põe fogo em grandes florestas (Tg 3.5)! Segunda distinçãouso da língua para vida consiste em se abrigar do seu acoite (Jó 5.21); guarda-la do mal e de  suas falas  intencionais (Sl 34.13); celebrar a justiça Divina (Sl 35.28); possuir autodisciplina  pessoal e vigilância na presença dos ímpios (Sl 39.1); ser pluma de um habilidoso escritor e fazer o coração ferver com boas palavras (Sl 45.1); ser para Deus como prata refinada  e selecionada (Pv 10.20); ser saúde e medicina, um verdadeiro remédio aos sábios (Pv 12.18); ter poder para quebrantamento (Pv 25.15); confessar diante de Deus (Is 45.23) e bendizer ao nosso Senhor (Tg 3.9).

1-     Sentido pecuniário

No livro de Josué 7. 21, 24 o termo “regra de ouro” se aplica ao mesmo sentido de “língua de ouro”. A língua de ouro era utilizada pelos antigos mesopotânios (especialmente os babilônios) como alternativa de moeda corrente nas trocas e intercâmbios de produtos alimentícios, de serviços como compra de escravo ou servos, bens de uso e consumo , carruagens, animais, até bens imóveis. A 'língua de ouro' consistia em uma barra do metal adaptável a uma peça inteira formando um conjunto de barras de ouro. Cada peça recebia o nome de “língua de ouro”, “cunha de ouro”, “regra de ouro” ou ainda “barra de ouro”, conforme as variações das traduções das versões bíblicas atuais em português nos seus respectivos registros. Uma amostra destas antigas peças foi encontrada junto às ruínas de Geter.

2-     Sentido Idiomático-figurativo

Esta ótica consiste em assinalar seu emprego figurado exclusivamente a linguagens idiomáticas praticadas verbal ou escritamente pelos povos (Gn 10.5), ou seja, é a forma  de sentido figurativo que chamamos a um idioma ou a uma linguagem escrita. A origem da diversidade de idiomas surgiu em cena na cidade de Babel, conhecida posteriormente como Babilônia (Gn 11. 11-9) fruto de um juízo divino de Deus contra Ninrode e seus colaboradores na edificação de uma cidade que governaria o mundo, impedindo a disseminação dos povos e provocando a centralização o poder humano sobre a humanidade pretenciosamente (Gn 11. 1-9). Este pensamento intencional e centralizador de Ninrode levou Deus a sentenciar  toda a raça humana  retardando a construção da cidade com a chamada “dispersão das línguas” ou a “confusão das línguas” (termo heb. Balal que significa: confusão). Quanto ao juízo de Deus existem duas linhas possíveis: primeira: O juízo de Deus se deu, primeiramente com a raça semítica nos dias de Pelegue filho de Héber cuja terra fora repartida (cf. Gn 10.25) por esse motivo,  com  o apoio na informação contida no texto torático, acredita-se que o efeito do juízo de Deus atingiu primeiramente a descendência de Sem (de onde originaram os Semitas) e conseguintemente as demais linhagens visto que em Babel os povos provenientes das três linhagens genealógicas dos filhos de Noé viviam conjuntamente entre si (Gn 11. 1-6). Segunda: A descendência de Cam foi sentenciada primeiramente pela razão de Ninrode ser pertencente à linhagem dos Camitas que mais tarde passaram a se chamar “cananitas” ou “cananeus” de Canaã, nome de Cam que fora substituído seu pai porquanto este procedeu indecentemente contra paternidade de Noé profanando-a (cf. Gn 9. 20-29). Destarte, visto que a audácia de Ninrode levou  Deus a promover o seu juízo contra os edificadores da torre de Babel, tal procedimento se irrompeu  primeiramente contra ele (Ninrode) e toda o seu clã e linhagem;  e posteriormente, estendeu-se às demais linhagens (cp. Gn 10.10 com Gn 11.1-9) possibilitando Ninrode construir um vasto império (Gn 10. 8-12). Esta segunda linha parece ser mais coerente.Devemos observar que o texto torático em Gn 10.10 cita o nome de quatro cidades de idioma similar: Babel, Ereque, Calné e Acade (Esta última, é a antiga cidade dos acadianos, que segundo exposições rabínicas sobre o assunto, diz-se que o nome dos antigos babilônios em período remoto  no reinício das civilizações era "acádios". A cidade da Acádia correspondia a principal cidade do império semítico mesopotâmico a cerca de 2.300 A.C).

Seja qual das duas teorias estiver correta vale lembrar que Ninrode fundou a cidade de Babilônia (antiga Babel), Araque, Acade, Calné, na Mesopotâmia (Antiga Sinear, ou Sinar Gn 10. 8-11; Mq 5. 6). Segundo alguns estudiosos acreditam, parece haver similaridades entre a figura de Izdubar (Gilgames) e a de Ninrode como que sendo a mesma pessoa. Sua importância na história babilônica remonta as conquistas da liberdade desta cidade por ele efetuadas do poder do elamitas, cuja proveniência se confirma pela descendência de Sem (Gn 10.22) com vistas ao pronunciamento de Noé ao seu filho mais moço, Cam, como cumprimento da profecia  noélica pela incontinência do seu filho mais moço (Gn 9. 25, 26). Ninrode ainda fundou mais cidades: Nínive (cuja cidade se tornou mais tarde capital do império assírio), Rebote-ir, Calá (Gn 10. 11) e Resém a grande cidade, que se situava entre Calá e Nínive (Gn 10.12) totalizando assim sete cidades importantes no mundo antigo. Nos precedentes bíblicos Ninrode é reconhecido como um poderoso caçador diante do SENHOR (Gn 10.9); a epopéia de Gilgames (Gilgamesh) o retrata como caçador de homens e feras, fator que inspiraram os escribas antigos a contarem suas bravuras de guerra e combate sob forma poética. Embelezou sua cidade pela sua gravura ora verdadeira ora hipotética e passou a ser venerado como deus, objeto de futuras súplicas por gerações posteriores. Uma linha mais fundamentalista acredita que não há sequer motivos para que Gilgamesh e Ninrode sejam a mesma pessoa que estes nomes possuam alguma relação entre si; mesmo que se leve em conta toda sua historicidade não há substâncias legais que comprovem decisivamente esta suposição por falta de material arqueológico confiável.

Seja como for, a historicidade dos proeminentes relatos bíblicos que abarcam a figura de Ninrode permeiam a origem dos idiomas hoje conhecidos pelo mundo e nos mostram que durante o processo da formação da sociedade humana, por longos períodos os povos falaram uma só língua. Isso explica porque no passado a densidade demográfica e o crescimento populacional se mantiveram apenas a pequenas taxas de progressões aritméticas, se muito fosse. Era preciso diversificar o idioma para que cada clã fosse autônomo e formasse sua linhagem e seus respectivos povoados, originando assim mais tarde cidades, capitais, paises, impérios.  Se mantiver correta a primeira hipótese do juízo de Deus, podemos afirmar que a dispersão das línguas iniciou-se primordialmente sobre a família de Héber (Gn 10.25) e depois se estendeu sobre as outras linhagens noélicas formando assim várias falas.

O grupo semítico falava vários dialetos (Gn 10. 21-23) o que sendo assim, podiam se estender do assírio e aramaico (Gn10. 22) ao árabe (Gn 10. 26-29) até o hebraico arcaico. A isto  chamamos de hebreu primitivo a fórmula idiomática expressa, que até então estava naquela época remota distante fortemente calçada no arcaísmo hebreu (Gn 10. 25; 11.16). Já a linguagem do elamitas era de sobremodo aglutinada agregando vários radicais e prefixos dos demais dialetos existentes e se assemelhava muito à linguagem dos fineses (Gn 10.22).

O grupo cananita ou cananeu falava o semítico também. Isso se explica pelo fato de que os grupos semíticos como os elamitas dominaram por algum tempo os cananitas (antigos canitas) cujas famílias de Sem e de Jafé se impuseram sobre estes antigos povos (Gn 9. 20-27). O idioma dos canitas semelhantemente ao dos grupos semitas era muito heterogêneo e aglutinado. Não só agregavam radicais semíticos como também em sua composição raízes jafitas.

Por fim, o grupo dos jafitas ou jafetitas originou os povos nórdicos e indo-europeus que se instalaram inicialmente ao norte europeu formando os vinkens, bárbaros, gregos, entre outros povos. Deste grupo se originaram a Média e a Iônia (Gn 10. 2-5).


3 - Sentido Genérico-Figurativo:


A Palavra "lingua" aparece em cerca de 109 versos no AT e 32 vezes nos  versículos Neotestamentários totatlizando 141 citações  versiculares. Esta palavra contém múltiplos sentidos em todo o percurso da Bíblia Sagrada. Podemos ainda analizar os vários significados do vocábulo "lingua" estando atento às seguintes conotações:


a) Sentido de  Nação: Dt 28.49 e Jr 5.15;

b) Sentido de palavra ou Fala: Êx 4.10; Js 10.21; Jó 5.21; 6.30; 15.5; 20.16; 27.4; 29.10; 33.2; Sl 10.7; 12.3; 34.13; 35.18; 45.1; 50.19; 52.2; 57.4; 66.17; Pv 6.17, 24; 10.20, 31; 12.18, 19; 15.4; 16.1; 17.4, 20; 18.21; 21.6, 23; 25.15, 23, 26, 28; 31.26; Ct 4.11; Is 5.24; 28.11; 30.27; 35.6; 50.4; 54.17; 59.3; Os 7.16; 1Co 14.9; 1Tm 3.8; Tg 3.6, 8; 1 Pe 3.10. 

c) Sentido de "Boca": 2Sm 23.2; Sl 39.1; 51.14; 52.2; 64.3; 66.17; Pv 12.19; 21.23; 31.26; Is 45.23; Jr 18.18; Os 7.16; Lc 16.24; At 2.26; Rm 14.11; 1Co 14.9; Fp 2.11; Tg 1.26; 3.5, 6; 1Pe 3.10; 1Jo 3.18.


d) Sentido literal: Êx 11.7; Jz 7.5; 2Sm 25.2; Jó 20.12; 29.10; 41.1; Sl 22.15; Ct 4.11; Is 32.4;  35.6; 41.17; 57.4; Jr 4.4; Ez 3.26; Zc 14.12; Mc 7.33, 35; Lc 1.64; 16.24; Tg 3.6; 1Pe 3.10.


e) Coluna de fogo.: Êx 13.21, 22; 14.24; Nm 14.14; Ne 9.12, 19;  (traduzido por "coluna" cf. At 2.3); Is 11.5; 


f) Dom Espiritual: 1 - Como evidência inicial (sinal) de batismo no Espírito Santo (Mc 16.17; At 2.3, 10.46; 19.6; 1 Co 12.30); 2 - Como Dom Espiritual (1Co 12.30; 14.2, 4, 13; 14. 19.26).


 Se você gostou da nossa postagem envie para nós o seu comentário. Sua Participação nos enriquece e muito nos alegra. Se quiser conhecer melhor o nosso trabalho; estamos situados na Estrada de Itapecerica da Serra 2930 – Entre o Shopping Campo Limpo e o Terminal de ônibus Capelinha. Venha participar conosco e escolha um dos nossos horários de culto que se encaixe melhor em seu seu horário. Lembre-se de que você será muito bem vindo. Confira no fim da página a nossa programação. Que Deus te abençoe com todas as sortes de Bênção Espirituais. Amém.


Relações Humanas e assuntos doutrinários- Pr. Daniel A. Melo
Igreja Presbiteriana Morumbi Sul Missão Gileade – IPMsul S.P. 



Pastor Reverendo Josias Dos Reis Coelho
Predidente da Missão Gileade IPMSul S.P.


Programação Semanal
Terça-feira (Ministério de Intercessão)
  • Oração de meditação     (Ministrante: Ivonete Reis) (09:00:00h às 10:00:00h)
  • Oração de revestimento  (Ministrante: Presb. Elias) (20:00:00h às 21:00:00h)
Quarta-feira (Culto Doutrinal - 20:00:00h às 21:20:00h)
  • Oração de Abertura (20:00:00h)
  • Cântico/ Hino Temático (20:05:00h)
  • Doutrinação (20:10:00h)
  • Pastorais (21:13:00h)
  • Oração de Encerramento (21:18:00)
      (Ministrante: Presb. Evêncio Neto)

       Sexta-feira (Oração e Revestimento - 20:00:00h às 21:10:00h)

  • Oração inauguratória (20:00:00h)
  • Leuitura bíblica e meditação (20:10:00h)
  • Intercessão em grupo (20:30:00h)
  • Oração de encerramento (21:05:00h)
Sábado (Ministrante: Zélia - 18:00:00h às 20:30:00h)
  • leituraEnsaio musical (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (18:00:00h)
  • Leitura inauguratória (Zélia) (19:00:00h)
  • Oração de abertura (Zélia) (19:05:00h)
  • Louvor e adoração 1° parte (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (19:10:00h)
  • Palavra (Zélia) (19:30:00h)
  • Louvor e adoração 2° parte (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (20:00:00h)
  • Oração final (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (20:18:00h)
  • Koinonia (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (pós-culto)
Domingo
  1. primeiro culto (11:00:00h às 14:10:00h)
  • Ensaio musical (11:00:00h)
  • Café social (12:00:00h)
  • Pastorais e oração inauguratória (Pr. Rev. Josias dos Reis Coelho) (12:20:00h)
  • Louvor (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor) (12:35:00h)
     
  • Escola dominical para Casados e Adultos (Ministrante Pr. rev. Josias Reis Coelho) (13:00:00h)
  • Escola Dominical Jovem (Ministrante: Diác. Jerry) (13:05:00h)
    • Escola Dominical Infanto-Juvenil (Ministrante: Marli Coelho) (13:05:00h)
    • Escola Dominical Infantil (Ministrante: Dâmarys) (13:05:00h)
    • Almoço social (14:10:00h)
    • Ministério de comunhão e relações humanas (15:00:00h às 17:59:00h)
          2. Segundo Culto (vespertino) (17:00:00h às 19:00:00h)

    • Oração inauguratória (Ministrante: Lóides Reis) (17:00:00h)
    • Leitura e Recitação (Ministrante: Lóides Reis) (17:05:00h)
    • Louvor (Ministrante: Equipe Missão Gileade de Louvor)(17:20:00h)
    • Palavra (Ministrante: Surpresa) (17:55:00h)
    • Oração de Encerramento (Ministrante: Surpresa)(18:43:00h)

    Nenhum comentário: