quarta-feira, 13 de abril de 2011

Catecúmeno pré-batismal

Seção I – Elementos e Disposições Gerais

1 – O Arrependimento de Pecados

a) Os Profetas Anunciaram a Pregação de 
Conversão e Arrependimento.

A mensagem do arrependimento (gr. metanoeo) foi pregada como tema básico pelos profetas aos judeus durante um longo tempo; Jeremias pregou contra a nação impenitente que carece de verdadeira conversão (Jr 18. 7,8); Joel estende o tom da mensagem usada por Jeremias e transmite sua pregação anunciando que esta conversão vem do íntimo do coração (Jl 2.12a). Como conseqüência do verdadeiro arrependimento o povo manifestaria a profunda tristeza pelo pecado e pela impiedade cometida demonstrada através de jejuns, choro e pranto (Jl 2.12b). O povo deveria rasgar seus corações ao SENHOR. Como resultado de sua conversão Deus faria misericórdia, beneficência e se arrependeria do mal que prometeu fazer-lhes (Jl 2.13). Observemos que tanto Jeremias como Joel, ambos disseram a mesma coisa: A conversão sincera e verdadeira é capaz de fazer com que Deus se arrependa do castigo que intenta fazer (cp. Jr 18.8 - Jl 2.12, 13). Malaquias nos manda tornar a Deus para que Deus se torne para nós (Ml 3.7). O profeta Ezequiel insiste que se o homem ímpio se converter do seu mau caminho e de seus pecados, guardando os estatutos do SENHOR fazendo juízo e justiça, a garantia da justa recompensa é viver em vez de morrer (Ez 18. 21 cf. Rm 6.23)

b) O Arrependimento é Tom e o Preâmbulo da Mensagem 
Batismal Pregada Por João Batista

“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus” Assim também se exprimia e se estendia as palavras de João Batista, com o mesmo teor contido nas mensagens proféticas daqueles a quem Deus chamou para a pregação de sua Palavra e Verdade (Mt 3. 2). Os prosélitos do Antigo Testamento tempos mais tarde passaram a ser batizados. João Batista, o último dos profetas, o percussor de Jesus Cristo, foi enviado por Deus para trazer a mensagem de arrependimento de pecados; todo aquele que aceitava a sua mensagem logo em seguida era batizado. Esse rito ficou conhecido como “batismo de arrependimento para a remissão de pecados”, onde elemento de base para este procedimento, o arrependimento, está registrado no livro do profeta Isaías em Is 40. 3, da qual João Batista fez uso em seu discurso e no seu sermão (Mt 3. 1-12; Mc 1.1-11; Lc 3. 22-26; Jo 1.23-33). A mensagem do arrependimento deve ser elemento substancial na pregação do Evangelho (Lc 24. 47).
O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitado pela graça Divina e Salvadora da qual desfruta a pessoa que ouve e crê no Evangelho. Nesse ínterim ocorrem três situações: 1° - o anúncio da mensagem (ouvir); 2° - crença no Evangelho genuíno (aceitação da mensagem) e 3° - a conversão do indivíduo (Transformação pela Palavra pregada. At 11. 20 21). A soma dos acessórios aqui mencionados, isto é, ouvir a pregação + aceitar a mensagem + obter a transformação pela palavra pregada gera o “arrependimento” verdadeiro que agrada a Deus. Arrepender é o mesmo que mudar de caminho, é sair da contramão do céu e retornar à mão certa, é neste caso, andar na contramão do mundo e seu sistema pecaminoso e profano. Arrepender é literalmente mudar de procedimento, de parecer, é sentir tristeza pela falta ou erro cometido, é, portanto, mudar de atitude, de percurso.
A aceitação de um “evangelho” que tem vistas apenas para mera “confiança” no Senhor Jesus Cristo como agente Salvador, é inadequada ante as Sagradas Escrituras. É diferente da proposta de arrependimento exigida por Cristo. Quando uma pessoa que se diz professa afirma ser “salva” em Cristo e não possui um rompimento total com as ligaduras do mundo e do pecado ela distorce fatalmente a autoridade da doutrina bíblica da redenção em Cristo. O arrependimento é uma atitude de fé e é condição imutável e fundamental para a Salvação do perdido, o que significa que não há fé salvífica se não houver primeiramente o arrependimento de pecado e o seu abandono (Mc 1. 15; Lc 13. 3-5; At 2. 38, 3. 19; 11. 21).

c) Toda Cristandade Anunciou a Pregação 
de Arrependimento de Pecados

O arrependimento implica ainda na livre decisão pessoal do abandono do pecado e no desejo de querer a salvação na pessoa de Cristo não apenas como “salvador” da punição do pecado, mas como Senhor de nossas vidas. O verdadeiramente arrependido faz uma troca de senhores: A troca do senhorio de Satanás (Ef 2.2) pelo senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26. 18). Jesus disse claramente que “não veio chamar os justos”, mas sim, os pecadores, ao arrependimento (Lc 5.32); Cristo deixa claro que há festa nos céus quando um pecador se arrepende do pecado de coração do que de mil justos sem arrependimento nenhum (Lc 15.7). É, portanto, incumbência da Igreja de Deus pregar ao perdido o arrependimento e a remissão dos pecados (Lc 24.47), afinal, os doentes (doentes de pecado) são os que necessitam de médico, não os sadios (Mt 9.12). Somente o amor de Deus expresso em sua benignidade, paciência e longanimidade pode de fato nos levar ao arrependimento autêntico (Rm 2.4).

O Apóstolo S. Paulo ressalta que a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação enquanto a tristeza do mundo, para a morte (2 Co 7.10). Atentando para as palavras de Paulo, uma pessoa salva sente em seu íntimo profunda tristeza pelo pecado; essa tristeza leva a pessoa se opor ao pecado e se voltar para Deus gerando o arrependimento que frui para Salvação. Foi a isso que João Batista se referiu no tocante ao arrependimento (Mt 3.2). Por outro lado, os que se entristecem sem o genuíno arrependimento contrastam com a tristeza do pecador arrependido; a tristeza do não arrependido se torna repetitiva como a prática do pecado também é rotativa; é uma conseqüência do pecado cometido. Tal tristeza leva à morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23. ver também Mt 13.42, 50 e 25.30). Como vimos, anteriormente, os profetas pregaram a mensagem de arrependimento no A. T. (Jr 18.8; Ez 18. 21; Jl 2.12, 13; Ml 3.7), João Batista pregou a mesma mensagem confirmando-a no deserto da Judéia (Mt 3.1-3, 7, 8, 11a; cf. Mc 1.1-8; Lc 3.1-18; Jo 1. 6-8, 19-36;), Jesus Cristo anunciou em suas Doutrinas a mensagem do arrependimento (Mt 4.17; 18.3; Lc 5.32), A Igreja Cristã primitiva e atual entendeu que o arrependimento de pecado é essencial como mensagem para a Salvação em Cristo (At 2.38; 3.19; 8.22; 11.18; 17.30; 2 Pe 3.9)

d) Sem Arrependimento de Pecados é Impossível ser Nova Criatura Como Igreja de Deus e Membro do Corpo de Cristo

É impossível que uma pessoa não arrependida do pecado agrade a Deus; a igreja de Pérgamo foi advertida por Cristo através do Apóstolo S. João, o evangelista a se arrepender das falsas doutrinas ensinadas por mestres relapsos (Ap 2.16), cujo pecado praticado por esses mestres se comparou com o pecado da prostituição e dos sacrifícios idolátricos das quais aborreceram ao SENHOR (Ap 2.14, 15); A igreja de Tiatira tinha obras, caridade, serviço, fé e paciência (Ap 2.19), porém, tolerava falsas profecias e doutrinas estranhas a cristandade, foi comparada com Jezabel (ver 1 Rs 16. 21; 19.1-3; 21. 1-15, 25), praticava os sacrifícios de idolatria (Ap 2. 20). Para esta Igreja o único remédio era o arrependimento (Ap 2. 21) ou, caso contrário, sofreriam as cominações reveladas por Cristo e prescritas por João Evangelista na seção do Cap. 2 versos 22-24; era necessário que aqueles crentes mudassem suas obras através do arrependimento genuíno (Ap 2. 22); Na Igreja de Sardes faltavam obras (Ap 3. 2), perderam o foco da mensagem da Graça e careciam do arrependimento sincero (Ap 3.3), contudo, havia um remanescente que ainda era comprometido com a verdade, estes receberiam vestes brancas porque diante de Deus foram justificados por Deus como dignos disso, garantiriam seus nomes escrito no Livro da Vida e ainda teriam seus nomes confessados diante de Deus como recompensa por sua fidelidade (Ap 3.4,5). De acordo com o Capítulo 9 de Apocalipse, a partir do verso 13, o Livro das Revelações de Deus, o pecado leva a morte física, espiritual e eterna porque ele endurece o coração dos homens os levando a praticar cada vez mais abominações, depravações, imoralidades sexuais e pornográficas, prostituições, ladroíces, e outras coisas mais. O sexto anjo toca a sexta trombeta de Deus e são soltos quatro anjos que aguardavam o tempo determinado para matarem a terça parte dos homens por causa dos seus terríveis pecados (Ap 9. 13 -19), todos os que morreram no pecado não sentiram arrependimento das suas maldades praticadas nem de suas prevaricações contra o Altíssimo (Ap 9. 20, 21). A quinta e a sexta Taças cheias da cólera de Deus foram derramadas sobre a terra a fim de mobilizar as pessoas ao arrependimento de suas obras, entretanto, a humanidade continua rejeitando a mensagem de arrependimento de pecados (Ap 16. 8-11). Portanto, ser genuinamente um crente em Cristo, um servo de Deus, um salvo em Jesus Cristo é ser arrependido, isto é, convencido do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), em outras palavras: É ser um crente regenerado.

e) A Falta de Arrependimento Concorre Para a Depravação Cristã

         O Arrependimento é obra regeneradora do Espírito Santo pela qual Deus dá aos que ainda não conhecem a Verdade (2 Tm 2.25). O verdadeiro arrependimento traz a conversão, por meio dela, os nossos pecados são apagados trazendo-nos assim refrigério pela presença do Senhor Jesus Cristo, que padeceu por nós para garantir-nos a purificação dos nossos pecados por meio do seu sacrifício (At 3.18, 19). Todo ministro de Deus deve se regozijar com o arrependimento dos membros de Cristo em sua congregação (2 Co 7.9) e reprovar severamente com toda a avidez o pecado, o mundanismo, as concupiscências carnais e libertinagens depreciativas dentro das Igrejas de Deus. A Igreja de Corinto na primeira epístola de Paulo foi reprovada por seu mundanismo e por sua intransigência; haviam partidos (1 Co 1.15-31), dissensões (1 Co 3), orgulho (1 Co 4.6-21), toda a sorte de impurezas e depravação moral e incestuosa. Havia aqueles que abusavam da mulher de seu próprio pai (1 Co 5), havia problemas com o litígio entre irmãos e casos semelhantes a esses eram levados à juízes corruptos que julgavam as causas segundo os padrões infames da sociedade corinta e tudo isso era devida a falta de comunhão entre aqueles crentes (1 Co 6. 1-11). Havia ainda problemas de devassidão, idolatria, adultério, homossexualismo, sodomismo, roubo, avareza, bebedices, palavras de peso contra irmãos e ladroagens (1 Co 6.8-10), prostituição e fornicação (1 Co 6.12-20); dúvidas acerca do relacionamento conjugal, do matrimônio, da circuncisão, da vida de solteiro, e Paulo até dá alguns pareceres sobre determinadas questões de nível pessoal pela falta de experiência dos coríntios concernentes nos assuntos espirituais, doutrinários, clássicos e de outras naturezas por suas infantilidades (1 Co 7). Havia problemas com rituais e oferendas cujos alimentos eram sacrificados aos ídolos, segundo o costume pagão (1 Co 8), Críticas carnais direcionadas a Paulo e os demais Apóstolos de Cristo por se sustentarem do Evangelho, Paulo mostra certo desinteresse pelos coríntios e se utiliza da figura do atleta que corre o estádio para a sua premiação, sabendo que tal atleta no final da competição, se vencesse, deveria ser aprovado. Paulo relaciona a figura dos atletas gregos com os que assim correm para possuir uma coroa incorruptível; o resultado é se tornarem vencedores por Cristo sem se deixar abater por problemas externos recebendo a Coroa da Vida (1 Co 9).
         A igreja de Corinto ainda sofria com o comodismo (1 Co 10.1-13), com a idolatria e o culto oferecido aos demônios (1 Co 10.14-21), problemas com o escândalo com o que é lícito e o que não convém aos santos nas igrejas de Cristo, isto é, a liberdade Cristã, precedidas pela caridade e amor quase extintos (1 Co 10. 22-33). Havia de problemas dos mais simplórios como, por exemplo, os dos usos e costumes da época, que poderiam ser resolvidos facilmente entre eles (1 Co 11. 1-16) a dissensões e humilhações quanto a ceia pessoal e coletiva entre irmãos, alem dos problemas graves quanto ao modo de celebrar a Santa Ceia (Eucaristia) do Senhor Jesus (1 Co 11. 17-34). A Igreja de Corinto por ser carnal não sabia lidar com os dons espirituais e pouco menos, administrá-los corretamente fazendo perder a unidade da fé, e do corpo de Cristo, instituída na sua Santa Igreja (1 Co 12). Os coríntios eram em maior parte, desamorosos, buscavam os dons espirituais segundo seus padrões e não deixavam fruir neles a regeneração, por meio da qual o crente recebe o amor de Deus em Cristo Jesus na Pessoa do Espírito Santo obtendo assim, verdadeira transformação (1 Co 13). A desorganização nos cultos era gritante. Isso motivou o Apóstolo a incluir na sua carta orientações de maturidade cristã e o modo correto da administração no tocante às línguas estranhas nos cultos públicos, dentro das igrejas (1 Co 14.1-25), além da necessidade de ordem nos cultos (1 Co 14.26-40). Por fim, um dos mais sérios e temerários problemas sofridos por Paulo dentro da Igreja de Corinto consistia na doutrinação e exposição e falsos ensinos disseminados por líderes episcopais apóstatas, falsos obreiros que não tinham qualquer compromisso com a verdade da Palavra do Evangelho de Cristo, que ensinavam segundo suas concepções e percepções daquilo que lhes pareciam doutrinariamente ser correto. Líderes judaizantes tentavam encetar na igreja teorias como a suposta doutrina da circuncisão, já obsoleta pela morte e ressurreição de Cristo pela qual todo o crente é espiritualmente circuncidado pelo batismo (Cl 2.11-14), problemas esses que outras igrejas também passavam por eles, como a Igreja dos Gálatas (5.2-12), de Colossos (Cl 2.4-23), de Éfeso (Ef 2.11-13) e a própria igreja de Corinto (1 Co 7.19). Os crentes coríntios foram levados por esses falsos mestres a deixarem de crer na mais importante Doutrina neotestamentária: A ressurreição dos mortos. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e a nossa pregação e permanecemos ainda em nossos pecados (1 Co 15. 11-17), dizia Paulo. Entretanto, o Apóstolo traz a exposição doutrinária da ressurreição como realidade bíblica, como fato confirmado e experimentado na Pessoa Bendita de Cristo (1Co 15.1-28). Ele ensinou claramente que os mortos terão corpos transformados (1 Co 15.35-50), que soará a última trombeta de Deus e os mortos ressurgirão incorruptíveis (1 Co 15.51-54). Paulo também esclareceu a Igreja de Corinto rejeitando a idéia de um suposto “batismo pelos mortos” que não tinha doutrinariamente qualquer fundamentação bíblica e teológica (1 Co 15.29), isso era inútil, visto como ensinavam os falsos mestres que “os mortos não ressuscitam”, o que acabava sendo contraditório à pregação deturpada dos próprios coríntios (1 Co 15. 12, 15-17). Havia problemas na coleta de ofertas (1 Co 16. 1-4) e na recepção dos irmão que eram recomendados por Paulo afim de cuidar daquela Igreja e zelar por ela (1 Co 16.5-24).
(morto para o pecado Rm 6)

f) O Batismo no período Veterotestamentário

A palavra “batismo” vem do verbete grego “baptizo” (βαπτίζєιν) que literalmente significa “imergir”, “afundar na á­gua”, “submergir”. Em o Antigo Testamento, não oficializado como hoje conhecemos, o batismo era usado como símbolo da purificação espiritual ou, como higiene pessoal. Este rito representava a purificação religiosa para o povo de Deus conforme as prescrições legais encontradas no Pentateuco hebraico (Toráh). O batismo foi primitivamente estabelecido por Deus a Moisés com a finalidade de santificar, isto é, separar o povo de Israel para uma relação mais íntima com Deus pela qual os preparariam para se apresentarem diante de DEle (Êx 19. 10-14). Para os sacerdotes, os atos sucessivos de batismos eram obrigatórios, pois os sacerdotes eram representantes de Deus na terra e diante dos filhos de Israel. Dessa forma, cada sacerdote tinha o dever de se purificar com água antes de entrarem na Tenda da Congregação (Tabernáculo) como símbolo da pureza divina e santidade. (Êx 30. 20; 40. 12). No Livro sacerdotal dos Levíticos 15; o redator apresenta uma série de rituais que por um lado, tratam da higiene e purificação pessoal do povo e, por outro lado, observam a santificação por meio da purificação espiritual com água (cf. Lv 16. 26-28). Havia ainda uma seção especial aos sacerdotes de aplicação quanto ao exercício sacerdotal (Lv 15; 22. 4, 6;). O rito era observado também por naturais ou estrangeiros que comessem corpo morto ou dilacerado (Lv 17. 15). Em Números 19, temos a descrição de uma oferenda a Deus cuja oferta era o sacrifício de uma bezerra ruiva sem mancha, sem defeito e que ainda não houvesse subido jugo, isto é, o cio (Lv 19. 2). Esta bezerra deveria ser sacrificada e queimada fora do arraial (Lv 19. 3-6), propiciando a purificação de quem estivesse cerimonialmente contaminado ou impuro, e, pela conseqüência da impudência tal pessoa fosse incapaz de se aproximar de Deus em adoração diretamente (Nm 19. 11, 14, 16). O sacerdote, o que queimava a oferta e o que ajuntava as cinzas num lugar limpo deveriam se banhar em água após o ritual (Nm 19. 7, 8, 10, 21). As cinzas do animal eram guardadas por uma pessoa pura cerimonialmente, e depois misturadas com a água da separação (ou purificação. Lv 19. 9, 17). Essas águas eram aplicadas aos contaminados possibilitando simbolicamente a sua reintegração com Deus novamente (Lv 19. 12, 18). Embora os rituais com água do período da Antiga Aliança fossem muito usados, tanto pelos sacerdotes como pelo povo, a idéia que se tinha sobre o batismo era muito tímida, além do mais, o rito do uso das águas servia apenas como simbologia da purificação da impureza espiritual do povo para com Deus. Não existia claramente uma doutrina que levasse o indivíduo não arrependido a se arrepender do pecado original simbolizado pelo batismo nas águas. O conceito de batismo no AT refletia apenas para a purificação, consagração e santificação, sem que se distinguisse claramente o arrependimento interior como no Novo Testamento, onde a tonalidade da pregação não era a purificação com água, mas a transformação promovida pela regeneração simbolizada pelo ato batismal.
Havia ainda a chamada tradição dos anciãos que determinava que o indivíduo devesse lavar as mãos por razões meramente higiênicas antes de se sentar à mesa para comer, ou, ao chegar de algum lugar lavar-se em água para participar então da refeição, ou ainda, lavar os jarros e taças, os vasos de metal e canas (Mc 7. 3-5). Essa tradição cujo propósito era de manter a higiene pessoal tornou-se posteriormente um entrave nas questões religiosas do povo passando a assumir outra conotação. A higiene passou a ser trocada pelo ceticismo legalista onde não praticá-las era considerado pecado gravíssimo e de escândalo, tornando-se supostamente o infrator, um impuro para com Deus. Esta doutrina estranha foi censurada por Cristo (Mt 15. 1-20; cf. Mc 7. 1-23); tais questões legalistas foram criadas segundo a concepção humana do divino sem, contudo, levar em consideração a razão teológica e doutrinária do que verdadeiramente é o divino. É essa e outras mais a doutrina dos “batismos” em que atentamente alerta o escritor de Hebreus em 6. 1 e 2. 

Em Breve: "O Batismo no Período Neotestamentário"

Nenhum comentário: